EU

EU SOU ESSA CHUVA MIUDA
RÍSPIDA E RÁPIDA QUE VAI MOLHAR TEU CORPO.
EU SOU ESSE SOL ESCALDANTE E IMPETUOSO,
QUE FATALMENTE VAI QUEIMAR TUA PELE,
E LENTAMENTE DESIDRATAR TEU CORPO.
EU SOU ESSE VENTO BRANDO
QUE AO PASSAR POR TI CONTA SEGREDOS
E DEPOIS VAI PERCORRER DISTÂNCIAS.
EU ESSA LUA MISTERIOSA,
QUE NAS MADRUGADAS FRIAS
VAI INCOMODAR TEU SONO E TE CAUSAR INSÔNIA.
EU SOU AQUELA ESTRELA GUIA,
QUE VAI SEMPRE A TUA FRENTE
PARA LEVAR-TE NÃO SEI AONDE!
TALVEZ A LUGAR NENHUM.

QUESTIONAMENTO

A FORÇA DA TUA IMPETUOSIDADE;
A LEVEZA DA BRISA AO ANOITECER;
SOB A LUZ OPACA DA CIDADE;
FICAMOS: EU, A NOITE E VOCÊ.
A TERNURA QUE NOS ENVOLVIA;
O SEGREDO QUE OCULTAMOS;
TALVEZ QUEM SABE ALGUM DIA!
REVELAMOS OU NUNCA FALAMOS.
CERTAMENTE NADA ADIANTA MAIS;
AQUILO QUE O TEMPO GASTOU;
SÓ ELE É O ÚNICO E CAPAZ;
DE REFAZER O QUE NELE FICOU.

Jairo Borges.

A GATA BELECA (para Lara Maria e Letícia Maria)

Beleca é uma gata,
Que parece uma pata,
Mora em uma lata
E se alimenta de barata.

A gata beleca
Parece uma peteca,
Anda de bicicheta
E é feia e careca.

De beleca ninguém gosta,
Pois ela fede a bosta,
No bicho faz apostas,
E tem piolho nas costas.

Em beleca eu vou bater
Só pra ela aprender
A deixar de feder,
Espere aí você vai ver.


Beleca belequinha,
Você além de charmosa e fofinha,

É tão bonitinha
Que parece a fada madrinha.

Jairo Borges.

E R A

UM PIRILAMPO VAGANDO NA ESCURIDÃO,

ERA UMA AVENTURA.

UM COLIBRI NO JARDIM ASSEDIANDO UMA LINDA FLOR,

ERA TUDO TÃO POÉTICO.

UM TURBILHÃO DE ESTRELAS EM MOVIMENTO NO ESPAÇO,

ERA DESLUMBRAMENTO.

UM ARCO-IRIS EXIBINDO SUAS CORES,

ERA ENCANTAMENTO.

A CHUVA CAINDO LENTAMENTE PARA FERTILIZAR A TERRA,

ERA NECESSÁRIO.

A BORBOLETA DEIXANDO O CASULO,

ERA A LIBERDADE.

EM FIM, ERA A NATUREZA DANDO PROVAS DA REALIZAÇÃO,

DO IMPOSSÍVEL SE TORNANDO POSSÍVEL, GRAÇAS AO PODER DO CRIADOR.

Jairo Borges