terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Saudade de ...

      Não sei porque mas hoje amanheci com vontade de falar de saudades. Saudade de gente, de lugares, de momentos, de cheiros de coisas. Cheiro de terra molhada, de fumaça de fogo,  de fogão a lenha.  De comida feita em panela de barro, lá na minha terra. Cheiro de frutas colhidas e ali consumidas.  Cheiro da água barrante escorrendo polos córregos nas primeiras enxurradas. Ah!  Como a saudade guarda coisas. Saudade do banho no rio santa Maria e rio são Lourenço. Nos riachos da canoa, cachorras, boqueirão e tantos outros. 

       Saudade das brincadeiras do faz de conta, das caçadas de estilingue, bodoco e funda. Ah! como foi rápido. 

         Saudade das meninas, aquelas do primeiro pega, dos forrós nas quebradas do município serrano. Eita suor  suado com cheiro de cabocla brejeira, cheirosa, arisca, dengosa que se esparramava em prosa. Eita como eu torcia, para a noite não acabar, mas não  tinha jeito,  logo o dia amanhecia.  

          Saudade da fartura com tantas, mas tinha que escolher uma. Quando olho para trás me dá uma vontade de saber: cadê você, você e você, aliás vocês? Cadê cada uma, daquelas tantas,  umas.... foi,  fomos não mais somos.

Jairo Borges 

Nenhum comentário:

Postar um comentário